quarta-feira, outubro 28, 2009

Qual é a música ?

Qual é a música Pablo ?

Bom, hoje o papo não vai ser agradável, na verdade nem vai ser de todo desagradável, só queria ilustrar uma situação e dar meus argumentos a respeito. Vamos lá...

Quando comecei com essa história de mixagens e tal, era meados da década de 90, naquela época, ou você tinha a moral de comprar revistas importadas, ou dinheiro para frequentar as lojas que vendiam os discos importados na época. Sim, eram discos !

Para nós, como diria meu brother Leo Machado, DJs com sérios problemas orçamentários, "durangos", eu diria, nos sobravam os piratinhas. E uma dose de paciência e amizade com os vendedores de discos que nos atendiam. Eu não lembro o nome do camarada que me atendia (era sempre o mesmo ! Amizade, lembra ?), mas costumava comprar meus discos aqui em Sampa na Duque de Caxias, bons tempos...

Por que a amizade e paciência ? Porque nessa época, meu chapa, nós tinhamos que cantarolar as músicas para esses seres repletos de paciência e um saco de ouro para aguentar sabe-se lá a condição da cantarolada no pé do ouvido ! Eu mesmo, no Embromation da época, garanti cópias de Black Box, Capella e outras pérolas do cancioneiro eletrônico !

Ok, introdução introduzida, vamos a chateação: Caro amigo wannabe-dj, quer saber mesmo qual faixa está bombando na pista, não copia set list de DJ não... Ouça música ! Simples assim !

Hoje em dia com a internet, tem coisa mais mole que se atualizar sobre a sua vertente amada, idolatrada, salve salve ?!?(aqui eu poderia dizer que a melhor é a House Music, mas isso você já sabe...)

Não estou aqui reclamando do início de minha peregrinação não, se tivesse que refazer tudo, faria com prazer (e com um inglezinho melhor de hoje né ?), mas fico muito chateado quando alguém sai apurrinhando o DJ sem mesmo saber sobre a vertente e, pior, sem ouvir um set inteiro.

Está tudo aí, meu povo, minha pova ! Sites mil para você passar minutos, horas, dias, meses, séculos pesquisando... Alguns te facilitam a vida até, põem os devidos rótulos nas vertentes e tal, olha que moleza ?

Deve ser um hábito de formação de opinião, penso eu. Sempre vi o DJ como um formador de opinião, além de embalar a pista e ser o amigo descolado que tem músicas bacanas.

Ficava treinando as mixagens ouvindo muitos sets de DJs da época., claro.. Iraí, Cuca, Ricardo Medrano, Ricardo Guedes, etc. Mas nunca fiz uma cópia de nenhum set deles, por respeito mesmo, achava uma grande papagaiada ficar imitando/copiando DJs. Temos que ter nossa identidade musical (essa aprendi com o mano Zee !) e não sermos cópia de outrem (Tô impossível hoje !).

As melhores faixas de todos os tempos da semana passada

Portanto meus amigos, aproveitem as ferramentas que temos disponíveis aqui ! Sim, inclusive dou muitas dicas de faixas aqui no blog (Eu e milhares de blogueiros...), faixas que toco em meus sets, mas vou contar um segredo: Não passo tudo não ! Penso que temos que ter algumas cartas na manga, aquele remix hyper-mega-bombadão-dubaralho-sarado-e-sacudido eu não digo.

Inclusive, contando outro segredo: Atualmente eu não coloco os nomes dos remixers em meus set lists.

Não é sacanagem não... Não colocando os devidos remixers, aguça a curiosidade a respeito da faixa e, fatalmente você vai, pelo menos, perder um tempo e escutar os possíveis demais remixes da produção. Olha que bacana ?

A faixa é legal ? Boa ! Não é proibido tocar não... Toque ! Mas porque você gosta, não por porque o Jesus (sic) tá tocando...

Jesus (The Real) on Decks

No mais, não fique copiando Top List de Top DJs não ! Tenha sua identidade ! Use as facilidades que temos hoje... Ou vai querer cantarolar um embromation qualquer ?

post ouvindo Georg Levin - The Better Life (Restless Soul Vocal Mix)

5 comentários:

Rodrigo Kaveski disse...

Po Elsão, eu achei muito bacana seu post. Admito que eu mesmo, no ímpeto de bombar na noite, ja segui linha dos outros, mas depois cai na ral e saquei que o que vale é o seu gosto, o seu feeling, tem público pra todo mundo.

Mudando de pato pra ganso, uma coisa ainda me chateia: a resistência à tecnologia por parte de alguns DJs. Enquanto eu não vejo a hora do áudio 7.2 chegar às pistas, com mais do que 44Khz e 16 bits (compressão que já existe há 30 anos), algumas pessoas ficam presas a esse saudosismo. Imagina se fossemos assim com tudo? Nunca teríamos celulares, TVs de plasma, aviões; não evoluiríamos.

Abração, mano Elson.

Caio Vasco disse...

Ae seu Elson.

Muito legal esse post. Sem querer puxar sardinha, e como disse nosso amigo acima, concordo que muitas pessoas que ganham fama brevemente vem a tentar criar milagres e tentar virar um DJ da noite pro dia e cobrar altos cachês, para quem quer entrar mesmo de cabeça em virar DJ, além de ouvir muita música mesmo, poderia pegar algumas referências sim de outros DJs para conhecerem a linha musical que cada um toca, mas sem querer sair sugando a setlist de DJs famosos e sair incrementando nos seus sets. Por mais eclético que você precisa ser para separar o certo pelo duvidoso, é preciso mesmo ter com o feeling saber qual a sua praia e aprender a separar as músicas que você acredita que vão estourar na pista. E deste modo, criar a sua própria marca de suas próprias músicas e hits que você mesmo acredita que vão virar hits sim. Nem mesmo o filho de Deus chegou a Terra, ainda mortal, sabia de tudo, mas aprendeu e ensinou muitos ensinamentos que aprendemos e que deveriamos aprender.

Abração!

Caio Vasco

Almeida Nunes disse...

Foi uma verdadeira delícia passar meus olhos por essas propostas de house music. Vou certamente ficar ligado nas cenas dos próximos capítulos! O acid me interessa bastante e, no geral, estou sempre buscando informações sobre as várias correntes da música de dança... Pena que a informação na Internet esteja tão dispersa! Mas sempre há um oásis ou outro para relaxar e eu acabei de encontrar um: http://cotonete.clix.pt/. Agora estou sempre ligado ouvindo as rádios dos caras, experimenta!

Unknown disse...

Bem Elson, achei seu blog graças a seu post na comunidade.
Eu sou dessa época aí, que para saber o nome da música eu ficava grudado no rádio esperando o locutor falar (Nova FM), ouvi muito set de dj e comprava alguns importados nas galerias (cheguei a brigar por um remix que só tinha 3 cópias, uma foi minha).
Fui criando minha identidade, e apesar de não ser dj estou sempre antenado no que está mais novo. Tenho aprendido muito com o trabalho de vocês, pois a vertente mais groove nunca fez parte do meu gosto. Detalhe, acompanho a cena desde o final dos anos 80. Boa época do hip house e Chicago house.

Leonardo de Castro disse...

muito legal seu post, toco numa casa noturna e sempre vou entar aqui.

abração

Leonardo de Castro
http://www.cannilclub.com.br